Estar desempregado é uma das fases mais difícil do profissional, e infelizmente não acontece só uma vez.
Você tem um bom emprego, no qual trabalha corretamente por alguns anos e, subitamente, o mercado balança e a empresa onde você trabalha é obrigada a se readaptar, cortando alguns gastos. O primeiro erro começa daí, pois as empresas cortam prioritariamente os recursos humanos, mas isto é assunto para outro post.
Sem emprego, você inicialmente aproveita as férias forçadas para descansar e acordar tarde, coisa que não fazia há muito tempo. Mais depois de 3 ou 4 semanas nesta situação, você se incomoda e começa a procurar de maneira mais agressiva por uma recolocação.
Atualmente a Internet é um celeiro de vagas de trabalho disponível, e é por lá que você começa. Cadastra seu currículo em vários websites que tem milhares de empregos disponíveis. Após o seu cadastro, você começa a busca pelas vagas e envia seu currículo para todas elas. Quanto mais tempo você estiver parado, menor será o peso dos seus critérios.
Nessa hora, surge uma das piores espécies da raça humana: o oportunista (no mal sentido).
Existem várias empresas, em todos os estados do Brasil, que anunciam vagas falsas de emprego, sob o manto do anonimato, ou criam empresas fictícias, para receber inúmeras solicitações de emprego, como a sua.
Após 2 ou 3 dias, você recebe um telefonema de uma pessoa que, geralmente, tem um discurso muito bonito, eloquente e eficaz, dizendo a você que seu nome foi indicado para uma vaga muito boa, mas que não pode revelar nem a vaga nem o cliente neste momento, e que você terá que realizar uma entrevista com a pessoa responsável pela vaga.
Você, muito feliz e animado, se prepara para a tal entrevista, e apostando todas as suas fichas vai até o local na data solicitada. As fachadas geralmente são impressionantes. Edifícios e salas muito bem equipadas, com pessoal altamente “treinado”.
Seu nome é anunciado e vocÊ é chamado para a “entrevista”. Depois de algum tempo com o recrutador, você é orientado a reorganizar seu currículo, coisa que coincidentemente esta empresa faz por uma pequena quantia, e também a realizar alguns testes psicotécnicos e psicológicos, logicamente cobrados à parte.
Na euforia e com a “real” possibilidade de se recolocar, você acaba fazendo tudo isso, e quando se dá conta já se passaram 2 meses sem contato e de 4 a 8 mil reais a menos em sua conta corrente.
É o golpe do desemprego executivo.
Na Internet tem vários casos relatados e abaixo posto alguns links interessantes:
http://www.midiaindependente.org/pt/blue/2003/08/262297.shtml
http://www.fraudes.org/showpage1.asp?pg=138
Minhas sugestões para se precaver quanto a isso:
1. Pesquise o endereço que recebeu para a entrevista na Internet, você achará provavelmente a empresa de RH localizada ali e com sorte seu website;
2. Pesquise no http://registro.br/ o site da empresa e clique em WHOIS para identificar o CNPJ;
3. Pesquise em http://www.receita.fazenda.gov.br/ o CNPJ e descubra realmente quem é a empresa e há quanto tempo ela está aberta;
4. Procure pelo nome verdadeiro desta empresa e/ou CNPJ no website do PROCON de sua cidade;
5. Com posse do que você descobriu, procure no http://www.google.com.br/ tudo o que você puder sobre esta empresa, principalmente depoimentos em forums;
Agora sim, você já está apto a tirar suas conclusões. Não seja otimista, seja realista!
Muitos não passaram por isso, e eu mesmo cheguei a receber estes telefonemas quando estive parado por um período de tempo, em 2004, no Nordeste. A entrevista era em SP, e os custos da viagem eram todos meus. Até aí, tudo bem, mas quando eu comecei a pesquisar, vi que era golpe. Desisti na hora.
Se você já passou ou conhece alguém que passou por situação similar, comente a situação neste post, e ajude a minimizar o efeito destes oportunistas.