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O Carrasco

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Minha foice, que carrego com pesar nos ombros,
antes de tudo serve para intimidar os fracos
e também os que escondem pecados sombrios.

Cuido bem do seu fio para ter a certeza de um corte certeiro,
e o seu peso garante um golpe único.

Não tenho pena de minhas vítimas,
pois as mesmas não tiveram pena durante seus pecados.

Confesso sentir prazer no meu trabalho,
quando penso no bem que faço ao mundo,
excluindo deste suas doenças e tumores.

Corto sim, tudo o que me fez mal,
e até mesmo o que pode vir a fazer.
Corto suas lembranças e memórias,
assim como toda e qualquer chance de perdão.

Executo almas, que não mais servem ao propósito
de me fazer bem e feliz.
Arranco pela raiz tudo e todos que ameacem,
não só a mim, mas aos meus.

Das pessoas que me fizeram mal só tenho as cicatrizes,
dos cortes que fiz em meu coração e em minha cabeça,
para arrancá-las por completo.
Tantas já foram, e sei que tantas outras ainda virão pela frente.

O carrasco em meu coração é cruel e sanguinário,
não deixe que ele apareça, pois se assim o fizer,
não terás escapatória.

O caminho é sem volta…

Licença Creative Commons
Este trabalho de André Martins, foi licenciado com uma Licença Creative Commons – Atribuição – NãoComercial – CompartilhaIgual 3.0 Não Adaptada

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Publicado por em 17/02/2013 em Textos

 

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A fera

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Era uma vez, uma fera solitária e amargurada
Que vagava pelos bosques de maneira inquieta
Parecia que procurava algo, nos recantos mais difíceis

Certa vez ele cruzou um vilarejo, belo e diferente
No qual as pessoas cantavam e se divertiam livremente
E que o acolheu como se fosse um deles, mesmo sem ser

E lá a fera conheceu uma bela camponesa
Que apesar da origem humilde trazia consigo ares de nobreza
E com ela fez amizade, que com o passar do tempo se tornou em amor

Dessa união, surgiu um belo menino
Que trazia consigo um brilho especial
Brilho que fazia com que todos perto dele se sentissem bem
Um bem maior, um bem estar, uma união sem fim

Com o passar do tempo, a fera foi mudando de aparência
E a cada ano que se passava, mais ela se parecia com os camponeses
Que tão bem o acolheram

Mas em um dia negro, diante da mais forte tempestade,
A camponesa se perdeu pelos bosques
E por mais que a fera lhe procurasse
Não a conseguiu encontrar

A fera ficou muito triste, inconsolável
E aos poucos foi novamente se transformando em uma fera
Maior e mais amedrontadora, e por isso fugiu do vilarejo

Quando a tempestade passou, e o dia se iluminou
A fera estava longe e solitária
Buscando novamente algo, incessantemente

E quando ela já estava por desistir de sua busca
Uma mão suave e delicada lhe tocou os ombros
E ao se virar de maneira bruta e defensiva
Mal reconheceu a linda camponesa
Que vinha acompanhada de seu menino especial

A bela camponesa resgatou a fera
Levando-o para um lugar mais que especial
E sussurrou em seu ouvido palavras mágicas
Que o fizeram se acalmar

Os dois se amaram novamente como nunca,
E desta vez a camponesa lhe presenteou com uma menina
Que nasceu com a beleza de uma princesa
E a alma de uma guerreira

Depois de algum tempo, a fera, já transformada em homem
Se sentou e de seu rosto uma lagrima fugiu
E quando a bela camponesa lhe perguntou o porquê da tristeza
O homem lhe encarou, soltou um leve sorriso

E disse que aquela lagrima não era um sinal de tristeza
Mas de alegria por ter finalmente encontrado
O que passou a vida inteira buscando pelos bosques
A paz!

Licença Creative Commons
Este trabalho de André Martins, foi licenciado com uma Licença Creative Commons – Atribuição – NãoComercial – CompartilhaIgual 3.0 Não Adaptada

 
1 comentário

Publicado por em 28/10/2012 em Textos

 

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