Uma vez me disseram que eu podia,
Que apesar de longa e tortuosa,
Eu conseguiria transpor as dificuldades,
Da estrada da vida. Mas não me disseram tudo.
Não me avisaram dos perigos que se escondiam nas curvas,
Que nos momentos mais velozes e emocionantes,
Também seriam os mais perigosos e mais fáceis de se perder o controle,
Derrapando estrada afora, quase caindo despenhadeiro abaixo.
Não me avisaram dos animais cruzando a pista,
Personagens reais cujo único propósito seria me distrair,
Distrair do meu principal objetivo e muitas vezes me forçando,
A mudar de pista e às vezes até de estrada.
Não me avisaram das ladeiras, muitas vezes quase intermináveis,
Me exigindo um esforço sobre-humano, quase que sobrenatural,
Para me manter focado e determinado, tendo esperança que, em algum momento,
A subida ia acabar, e finalmente chegaria o declive tão aguardado.
Não me avisaram dos outros carros, parados nos acostamento,
Com pessoas paradas dentro do carro, sem perceber seu pneu furado,
Sem se dar conta de que estavam estagnados, congelados em seu tempo,
Confortáveis em seus bancos, mas parados na estrada.
Não me avisaram que a estrada não termina nunca,
Por mais que aceleres, jamais encontrará seu fim,
Que o verdadeiro prêmio não é a chegada,
E sim o inebriante prazer da jornada!
Este trabalho de André Martins, foi licenciado com uma Licença Creative Commons – Atribuição – NãoComercial – CompartilhaIgual 3.0 Não Adaptada