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A dor da solidão

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Minha vida é como a de todos vocês,
cheia de encantos e desencantos,
felicidades e tristezas,
realizações e decepções.

Por muitos anos dei meu sangue,
venci muitas batalhas,
mas perdi algumas.

Ganhei poucos amigos e muitos inimigos,
flertei, paquerei, namorei e até me apaixonei algumas vezes.
Mas sempre, sempre fui muito exigente comigo,
e muito mais com os outros.

Todos sempre tinham algum defeito,
que eu jamais conseguiria suportar.
Fossem piadas sem graça, hábitos estranhos,
tiques nervosos, ou meramente algo sutil, imperceptível.

Eu sempre achei algo que me desagradava nos outros,
e os mantinha próximos enquanto suportava,
mas sempre tive meu ponto de fuga.

Nos amores isso foi uma constante,
com inumeras relações efemeras,
e algumas quase verdadeiras,
mas como sempre, se foram com o tempo.

O tempo passou, e com ele se foram todos,
e só me restou a solidão,
fria, dolorosa e imperdoável.

Hoje me questiono sobre as minhas escolhas,
meus limites, minhas impaciencias.
Hoje sinto falta das piadas sem graça, hábitos estranhos,
tiques nervosos, ou meramente algo sutil, imperceptível.

Sozinho no escuro da noite, sinto falta do seu olhar,
dos seus carinhos e do seu sorriso sutil.
Sozinho sentado no banco da praça, sinto falta da sua chegada,
imperceptível, com toda a beleza da simplicidade.
Domingo a dor é maior, sem almoço em família,
sem comédia romantica no cinema, sem nada.

A dor da solidão só não é maior do que a dor de saber
que você passou por mim, pelas minhas mãos,
pelos meus braços, pelo meu coração,
me amou e tentou ser amada, e eu deixei você ir embora,
e sequer lembro do seu nome, ou do seu rosto.

Só sei que você passou, e eu perdi, perdi você, os amigos,
os inimigos e até os momentos simples.
Queria ter sido menos exigente, menos impaciente, menos perfeito.
Só o que me restou foi o aprendizado,
de que é nas pequenas demonstrações de simplicidade,
que estão os maiores valores da vida.

Amigos, família e amor. Feliz de quem tem.

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Este trabalho de André Martins, foi licenciado com uma Licença Creative Commons – Atribuição – NãoComercial – CompartilhaIgual 3.0 Não Adaptada

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Publicado por em 23/05/2013 em Textos

 

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Poemas do Silêncio

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Ando pelas ruas desde muito cedo sem a companhia amiga da verdade,
Passeando pelas ruas mentirosas da vida repletas de seres infelizes mascarados,
Numa ilusão coletiva de felicidade, implorando por atenção.

Ao longo do tempo aprendi a enxergar além das máscaras,
Além das verdades mentirosas cuspidas ao vento,
Além dos sentimentos falsos que disfarçavam desejos quase mortais.

Independência não me foi dada como escolha, e sim como obrigação,
De maneira a não me contaminar com veneno fatal da humanidade,
Tentando desesperadamente manter a sanidade, ou insanidade.

Meu espirito vagueia todas as noites, escondido nas sombras dos seus sonhos,
Buscando de maneira solitária a companhia que nunca veio,
Esperando um dia, quem sabe, não mais sentar sozinho ao vento,
Ouvindo os poemas sombrios do silêncio.

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Publicado por em 30/09/2012 em Poesia

 

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Tenho pena das pessoas!

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Tenho pena das pessoas!
Quando observo seu comportamento,
Geralmente egocêntrico,
Não dando o devido valor,
Ao que os que o cercam pensam,
Ou sentem, ou sofrem!

Tenho pena das pessoas!
Por mais que eu as tente ajudar,
Por mais que eu me disponha a favor,
Nunca é suficiente,
Ou o bastante, ou o necessário!

Tenho pena das pessoas!
Que fazem círculos enormes de amigos,
Vazios como são os círculos,
No conjunto se escondendo,
Ou se camuflando, ou atacando!

Tenho pena de mim! Isso sim!
Que penso que estou ajudando,
Que sofro achando que podia fazer mais,
Mas acabo sempre sofrendo,
Ou perdendo, mas sempre aprendendo!

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Este trabalho de André Martins, foi licenciado com uma Licença Creative Commons – Atribuição – NãoComercial – CompartilhaIgual 3.0 Não Adaptada

 
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Publicado por em 18/08/2012 em Textos

 

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