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Tudo e Nada

27 dez

Era o fogo que ardia em meu peito,
Virou brasa, cinzas e sujeira.
Era o rio que corria em meu corpo,
Minguou e secou, mostrando seu chão rachado.

Era o vento que batia em meu rosto,
Esvaiu e nem pena levanta mais.
Era a luz que brilhava em meus olhos,
Apagou e mostrou sua face na escuridão.

Era o arrepio na nuca, no corpo, nos pelos.
Era a batida descompassada do meu coração.
Era o suor que escorria pelas minhas mãos.
Era o desejar, o querer, o gostar e o amar.

Não é mais nada além de dor e ressentimento.
Arrependimento da entrega, da doação e da renúncia.
Dor de quem já teve mais do que tudo,
E hoje tem menos do que nada.

Sofrimento de quem trilhou o caminho do paraíso,
Para chegar a lugar nenhum,
Sem fogo nem vento, sem rio nem luz.
Sem nada. Menos do que nada.

Photo by Astrid Riecken

Licença Creative Commons Este trabalho de André Martins, foi licenciado com uma Licença Creative Commons – Atribuição – NãoComercial – CompartilhaIgual 3.0 Não Adaptada

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Publicado por em 27/12/2016 em Textos

 

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