Minha foice, que carrego com pesar nos ombros,
antes de tudo serve para intimidar os fracos
e também os que escondem pecados sombrios.
Cuido bem do seu fio para ter a certeza de um corte certeiro,
e o seu peso garante um golpe único.
Não tenho pena de minhas vítimas,
pois as mesmas não tiveram pena durante seus pecados.
Confesso sentir prazer no meu trabalho,
quando penso no bem que faço ao mundo,
excluindo deste suas doenças e tumores.
Corto sim, tudo o que me fez mal,
e até mesmo o que pode vir a fazer.
Corto suas lembranças e memórias,
assim como toda e qualquer chance de perdão.
Executo almas, que não mais servem ao propósito
de me fazer bem e feliz.
Arranco pela raiz tudo e todos que ameacem,
não só a mim, mas aos meus.
Das pessoas que me fizeram mal só tenho as cicatrizes,
dos cortes que fiz em meu coração e em minha cabeça,
para arrancá-las por completo.
Tantas já foram, e sei que tantas outras ainda virão pela frente.
O carrasco em meu coração é cruel e sanguinário,
não deixe que ele apareça, pois se assim o fizer,
não terás escapatória.
O caminho é sem volta…
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